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Nano prata e o COVID-19 corona vírus

Imagem microscópico de Corona vírus penetrando a membrana de uma célula humana.

Com a chegada do corona vírus no Brasil e a declaração de uma pandemia pela OMS, o público se pergunta sobre como melhor se proteger contra o vírus, sobretudo, para diminuir a possibilidade de transmissão do vírus entre pessoas. Uma medida simples é de lavar as mãos com sabão frequentemente durante o dia, e de evitar de tocar a boca, nariz e orelhas, que são as portas de entrada para o vírus.

Uma outra medida importante é a limpeza frequente de superfícies como teclados, celulares, corrimãos e maçanetas, mesas de jantar, bancadas de lojas e de cozinhas, e por aí vai. A limpeza pode ser feito com sabão, álcool, água oxigenada ou prata coloidal, de preferência em forma de spray. Desinfecção de ambientes hospitalares geralmente é feito com nebulizadores (“fogging machines”) usando água oxigenada ou “Huwa San peroxide”, uma mistura de água oxigenada, estabilizada com íons de prata.

Para quem não pode evitar o contato com grupos de pessoas ou quem usa o transporte coletivo, o uso de uma mascará de proteção facial é recomendável. A máscara descartável, infelizmente, é uma solução cara, porque depende da troca e descarte regular da máscara. Sugerimos o uso de uma máscara de pano, impregnada com nano prata coloidal. Deixe a máscara secar antes do uso, e reaplique a prata em ambos os lados diariamente, usando um frasco com válvula spray.
Dr. Alexander Zhanovich Medvedev, Diretor do Laboratório de Eletroquímica da Academia de Ciências da Russia (SBRAS) , divulgou o desenvolvimento de um tecido contendo nano prata, que poderia ser usado em mascaras de proteção facial. Em testes com o vírus da Influenza A e a bactéria E. coli, foram comparados mascaras tradicionais contra mascaras usando uma camada do novo material. As novas mascaras eliminaram 10.000 vezes mais vírus do que as máscaras tradicionais, e os pesquisadores acreditam que a mascara poderia proteger o portador por períodos de até 10 horas.

Vários estudos (in vitro) mostraram a eficácia da nano prata contra vários tipos de vírus, inclusive a dengue, influenza A e corona virus (SARS). É importante lembrar da diferença entre bactérias e vírus: Bactérias são organismos unicelulares com o próprio metabolismo, que se auto-replicam. A nano prata elimina (mata!) as bactérias, perfurando e danificando a sua membrana, e interferindo com seu metabolismo, baseado em oxigênio. O vírus, de outro lado, não tem um metabolismo, e precisa de células humanas (ou animais) para a sua replicação. Para conseguir isso, ela se conecta à membrana celular humana, e invade o núcleo, onde ela sequestra os mecanismos de replicação do DNA, instruindo a célula humana de produzir as proteínas que ela precisa para criar novos vírus, através de leitura e copia das sequencias de seu RNA.
Foram descritos vários mecanismos pelos quais a prata inibe a proliferação de vírus:
1) Pela adesão das nano partículas de prata à superfície do vírus, ela inibe que este se conecta com os receptores na célula humana;
2) Pela interferência com as glycoproteínas que são necessárias pela adesão e invasão do vírus no núcleo da célula hospede;
3) Pela interferência na transcrição do RNA, inibindo a criação de novas proteínas necessárias à geração de novos vírus.

Vale reforçar que os estudos apresentados, geralmente são feitos em condições laboratoriais (in vitro), baseados em nano partículas com características especificas (tamanho, encapsulação), que não podem ser traduzidos simplesmente para um tratamento com qualquer coloíde de nano prata. Tratamento de quadros graves respiratórios devem ser tratados com medicamentos anti-Influenza, Interferon a-2b, e outros, conforme os sucessos relatados por médicos na China e Tailándia.
Propomos o uso da nano prata apenas como precaução, nos modos explicados acima. Para quem tem um quadro de risco de doenças pulmonares, o uso da nano prata em inaladores pode ser considerado uma boa opção, desde que seja usado com moderação (10 ml de nano prata pura de 10 a 20 ppm, no máximo 2 vezes por dia), de preferência usado num inalador ultrassônico (sem aplicar calor). Uso prolongado ou exagerado poderá causar inflamação dos brônquios.

referencias:
https://www.roamtechnology.com/en/products/huwa-san/
https://www.newsweek.com/russian-scientists-have-created-material-that-kills-flu-virus-they-hope-it-could-protect-1486680
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6264685/

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Metabolismo da prata

Nanoparticulo de prata encapsulada.

Quando explicamos sobre as formas da prata, falamos brevemente da prata encapsulada, como forma de melhorar a absorção pelo sistema digestivo. Além disso, a encapsulação traz benefícios na produção dos coloides de prata, mantendo as nanopartículas menores e mais uniformes, e o coloide mais estável no tempo. Neste artigo explicaremos que existe mais um benefício da encapsulação.

Os mecanismos envolvendo a prata dentro do corpo humano, ou seja, o metabolismo da prata, ainda é pouco pesquisado e entendido. Não se sabe, pro exemplo, porque em alguns casos, a maior parte da prata ingerida é , e em outros casos viaje pelo corpo e se acumula nos órgãos e nos tecidos moles. Uma razão para isso é a dificuldade de fazer estudos em humanos, pelo custo e o prazo, e a falta de interesse das grandes empresas farmacêuticas. Uma coisa que se sabe, é que a prata reage com os ácidos do estômago e com os sais, glicose e proteínas presentes no intestino e no sangue. Por muito tempo, a teoria simplificada dizia que a prata (iônica ou nano prata), uma vez ingerida, seria convertida em sais de prata insolúveis, e sem uso bioativo (ou antibiótico). De outro lado, existe um conhecimento sobre a encapsulação dos íons de prata em proteínas presentes na saliva, que ajudam na absorção na mucosa bocal e intestinal, um mecanismo que existe para transportar minerais presentes na nossa comida para as células.

Um estudo Indiano, publicado em 2013, preocupou-se com a eficácia da nano prata como bactericida na presença de sangue. Para simular isso, foram feitos varias preparações das bactérias Salmonela e Estafilococo em dois tipos de substrato com base em agar: sóro plasmático (humano e de ratos), e BSA (Bovine Serum Albumin). Nanopartículas de prata com tamanho médio de 60nm a 100nm foram adicionados em concentrações de 10 ppm (10µg/ml), incubados na temperatura de 37°C. Três tipos de nanopartículas de prata foram usados: sem encapsular, encapsulado em citrato, e encapsulado em PVP (um polímero).

Os resultados foram surpreendentes: A boa noticia é que a nano prata, em comparação com o controle (água destilada), mostrou grande potencial bactericida contra os dois tipos de bactérias. A noticia surpreendente é que, em presença de sangue, a prata que não foi encapsulada, perdeu praticamente toda sua capacidade bactericida, onde as nanopartículas encapsuladas em PVP (mais eficaz) e citrato (um pouco menos eficaz) se mostraram ainda muito eficazes.

A explicação para essa diferença é que a encapsulação altera a química da superfície das nanopartículas, e assim ela impede a aderência de proteínas na superfície das partículas. A diferença em eficácia do PVP contra o citrato se dá em função da capacidade de inibir a aderência das proteínas. As proteínas formam uma camada em volta à partícula, que impede o lançamento de íons de prata às bactérias, causa principal da morte delas. Ou seja, mudando a superfície das nanopartículas, a sua eficácia dentro do sistema sanguíneo pode ser melhorado.

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“Interaction of Silver Nanoparticles with Serum Proteins Affects Their Antimicrobial Activity In Vivo”, Divya Prakash Gnanadhas, Midhun Ben Thomas, Rony Thomas, Ashok M. Raichur, Dipshikha Chakravortty – AAC Jornals A.S.M. October 2013, Volume 57, Number 10.

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A (suposta) toxicidade da prata coloidal

A suposta toxicidade da prata coloidal é um assunto que divide o mundo médico. A US Food & Drugs Administration e a Mayo Clinic são referências importantes que se posicionam contra usa da prata. De outro lado, no pais a prata coloidal é liberada para muitos tipos de uso, inclusive filtros de água. No Brasil, a ANVISA apenas copia os relatórios dos Estados Unidos e da Austrália para avisar dos perigos da prata coloidal, mas não cita pesquisas próprias ou casos reais no Brasil.

As condições mais citadas são a argíria, a descoloração da pele, e a argirose, a descoloração do olho. Geralmente, as condições em qual a prata coloidal foi ingerida ou aplicada, o tipo de prata coloidal e a dosagem, são desconhecidos ou não relatados. A americana Rosemary Jacobs é um caso conhecido de uma mulher que tomou gotas para o nariz congestionado, com 11 anos, e desenvolveu argíria. Na própria historia, porém, ela não fala o que exatamente tomou, quanto e por quanto tempo. A argíria não é considerada doença e não parece influenciar a saúde ou expectativa de vida. Não existem processos conhecidos para reverter a descoloração.

Considerando o baixo numero de casos relatados mundialmente, deve ser considerada uma condição bastante rara. Mesmo assim, o desconforto de ter a pele acinzentada deve ser grande. Geralmente, a argíria é relacionada à ingestão ou aplicação de altas doses de prata durante períodos extensos. A argíria é causada pelo deposito de sais de prata insolúveis na pele, geralmente na forma de sulfeto de prata. O metabolismo especifico é desconhecido, e não existem provas que prata iônica seria mais propensa a causar argíria do que a nano prata.

A inglesa Rosemary Jacobs (foto com 36 anos), hoje com 75 anos, sofre de argíria, a descoloração da pele.

Primeiro de tudo, precisamos entender que a prata deve ser considerado xenobiótico, ou estranho ao corpo. O corpo não precisa de prata para seu funcionamento, e por isso seria errado vender a prata coloidal como suplemento dietário. E é engraçado que é exatamente assim que a venda é permitida nos EUA e no Brasil. A prata é um potente antibiótico, e deveria ser tratado assim, não como suplemento diário ou vitamina.

No caso de uso tópico as pesquisas mostram que pouca prata é absorvida nas camadas mais profundas da pele, não apresentando risco de ser absorvida pelo metabolismo. No caso da ingestão via oral ou via inalação de prata iônica, somente uma pequena parte da prata fica disponível para eliminação de microrganismos, porque ela é metabolizada rapidamente por proteínas como, por exemplo, metalotioneínas. A nano prata tem mais eficácia para entrar no sistema sanguíneo, onde continua soltando íons de prata. A maior parte da prata ingerida, entretanto, é excretada através das fezes e da urina, e uma pequena parte é depositada no rim, no fígado, na pele e no cérebro, entre outros.
Estudos mostram, porém, que a prata deve ser considerada de muita baixa toxicidade, com pouco risco de acumulação. Prata também é considerada não carcinogênica. Os únicos riscos são associados ao uso em grandes dosagens por muito tempo, resultando em stress dos órgãos envolvidos na limpeza do organismo, como rins e fígado. Este stress se manifesta na forma do chamado efeito Jarisch-Herxheimer, que pode causar dores de cabeça, febre e intestino solto.

Usando a prata coloidal via oral, é importante maneirar na dosagem, e deixar intervalos de algumas semanas para o corpo se recuperar.

Referencias: “A Pharmacological and Toxicological Profile of Silver as an Antimicrobial Agent in Medical Devices” – Alan B. G. Lansdown, Advances in Pharmacological Sciences Volume 2010, Article ID 910686, July 2010. Provided under the Creative Commons Attribution License.

https://rosemaryjacobs.com/rose2.html

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Prata coloidal e a flora intestinal

Existe muita informação desencontrada referente à pergunta se a ingestão de prata coloidal teria consequências negativas para a flora intestinal, igual aos efeitos colaterais da maioria dos antibióticos. Na realidade, existem ainda poucos estudos sobre o funcionamento da prata coloidal (prata iônica e nano prata) “in vivo”. No máximo existem alguns estudos limitados com camundongos, geralmente aplicando doses muito grandes de nano prata.

Cyanobacteria cells with nanoparticles of silver inside the cell (Lengke et al., 2007). 

A maioria dos vendedores de prata coloidal fala em doses diárias “de manutenção” para “fortalecimento do sistema imunológico”. Além do fato que são afirmações sem nenhuma base científica e médica, elas são comprovadamente erradas e potencialmente perigosas. Claro que, para quem vende seu produto, é muito interessante induzir seus clientes a ingerir altas doses do seu produto.

O consenso, entretanto, parece ser que a nano prata não é algo muito perigoso ou tóxico, mesmo usada em doses mais elevadas. Porém, é importante entender a prata coloidal mais como um antibiótico (de amplo espectro) do que um suplemento mineral. Todos sabemos das historias sobre as linhas de bactérias que se tornaram resistentes a antibióticos, uma preocupação real. Mesmo se (ainda) existem poucas bactérias conhecidas que se tornaram resistentes à prata, não é algo impossível ou remoto.

Mas especialmente os efeitos para a flora intestinal são uma consideração importante. A maior parte dos estudos mostra que a prata coloidal ingerida em pequenas doses (15 ml em concentração de 15-20 ppm)  tem pouco efeito sobre a flora intestinal. Mas tem que se considerar que uma pequena dose diária vai se acumulando. O argumento que “a nano prata sabe distinguir entre micróbios bons e ruins”, infelizmente não tem nenhuma base científica.

Um estudo recente, liderado pela pesquisadora Sangeeta Khare da US Food & Drugs Administration, mostra, pela primeira vez, que a nano prata coloidal impacta vários tipos de bacteriófagos, ou seja, ela mata -também- os organismos destinados a eliminação de bactérias ruins. Nos experimentos, os bacteriófagos foram expostos a nano prata com partículas de 10 nm numa concentração de até 100 ppm (100 mg por litro) durante 28 dias a 37°C, dose suficiente para eliminar totalmente a presença de alguns tipos de bacteriófagos.

Considerando isso, é recomendável ingerir nano prata coloidal apenas por curtos períodos, para resolver um problema específico, e em doses limitadas e intermitentes, para permitir que a flora intestinal se recupere. Além disso, é recomendável de tomar probióticos juntos.

Fonte: “Responses of intestinal virome to silver nanoparticles: safety assessment by classical virology, whole-genome sequencing and bioinformatics approaches” – Dr. Sangeeta Khare, e.a. – International Journal of Nanomedicine 2018:13 p.2857–2867, Dovepress.