Nos tempos antigos, a prata foi utilizada na sua forma metálica. Em contato com líquidos, a prata solta íons de prata, átomos com um elétron a menos (Ag+), e estes íons são responsáveis pela eliminação de muitos tipos de bactérias, fungos e alguns vírus.
Para usar a prata numa forma mais efetiva, foram inventadas várias maneiras de gerar os íons de prata como, por exemplo, a moagem da prata (para obter partículas menores) e a eletrodissolução. Através da eletrodissolução, íons de prata são soltos um por um de uma barra de prata suspensa em água destilada, aplicando uma corrente de baixa amperagem.
Mais recentemente, a pesquisa se concentrou na criação de nano partículas de prata (AgNP), onde a prata existe na forma de pequenas aglomerações de átomos de prata metálica, com medida abaixo de 100 nm (nanômetros. 1 milhão de nanômetros equivalem 1 milímetro). As partículas menores (5-20 nm) são as mais efetivas, no sentido de soltar mais íons de prata quando em contato com líquido. Para manter as partículas menores e mais estáveis, é utilizado algum elemento para encapsular as partículas (“capping”).
Geralmente, a prata iônica e a nano prata são geradas e armazenadas na forma de colóides, ou seja, suspensas em água destilada. As partículas ficam suspensas na água por tempo indeterminado, por causa de um efeito de repulsão elétrica (no caso da nano prata chamado de “potencial zeta”).
A grande diferença entre a prata iônica e a nano prata, além do tamanho das partículas, é que a prata iônica é extremamente instável, e reage com sais e oxigênio criando óxido de prata e sais de prata que, além de não liberar íons de prata, são tóxicos para o corpo humano. Os sais de prata, especialmente cloreto de prata são muito sensíveis a luz (pense no papel fotográfico antigo), o que pode causar uma coloração cinzenta da pele, com uso excessivo. A nano prata, por outro lado, é muito estável, e quando é encapsulada, pode viajar dentro do corpo, para atingir o estômago e os vasos sanguíneos, podendo soltar íons de prata onde se encontram as bactérias e fungos.